segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Neuropedagogia


A neuropedagogia é o ramo da pedagogia que visa compatibilizar o “software cognitivo” (técnicas de ensino) com o “hardware cognitivo” (cérebro humano).

O neuropedagogo é o profissional que vai integrar à sua formação pedagógica o conhecimento adequado do funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações captadas pelos diversos elementos sensores para, a partir desse entendimento, poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e, principalmente, aquelas com características cognitivas e emocionais diferenciadas.

O neuropedagogo terá que estar em busca constante dos necessários conhecimentos sobre as anomalias neurológicas, psiquiátricas e neuróticas existentes, para desenvolver seu trabalho de acompanhamento pedagógico e desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças que apresentem essas sintomatologias.

O profissional de neuropedagogia, portanto, é um dos elementos mais importantes para as instituições que desejam desenvolver um verdadeiro processo ensino-aprendizagem.(fonte:http://iupe.webnode.com/)

Nos próximos posts trarei informações importantes que a Neuropedagogia possui para o trabalho com a aprendizagem significativa.

Sábios Xavantes

Em tempo de reflexões para um Ano Novo, pensemos: O que é Normal????
Vale muito a pena reservar um tempo para ler:


Das histórias que pude partilhar na vida e que, vez ou outra, relato nos diálogos, há uma exemplar que, inclusive pude já em 1997 incluir em livro meu antes mencionado (A escola e o conhecimento), embora mais resumidamente.
Em 1974, dois caciques da nação Xavante vieram visitar a cidade de São Paulo. Na época, os xavantes não usavam o dinheiro como meio de qualidade de vida. Para eles, qualidade de vida era alimento, porque era o jeito de garantir sobrevivência. O avião deles, que vinha de Cuiabá, pousou em Congonhas e eles foram levados ao abrigo da Funai, que ficava na Vila Mariana. No dia seguinte, foram convidados a passear. Ficaram boquiabertos com a Avenida Paulista, 2,5 km de catedrais financeiras. Foram levados a andar de metrô, que acabava de ser inaugurado. Ficaram pasmos com a velocidade daquele transporte. Foram levados ao shopping. Havia apenas dois naquela época, hoje são cerca de sessenta. Sabe o que eles não conseguiram entender no shopping e a gente não conseguiu explicar? Por que a gente entrava num lugar cheio de espelho. Eles achavam inacreditável que, num mundo cheio de gente, a gente gostasse de se ver, em vez de ver o outro. Se você estava com você o tempo todo, por que ia querer se ver? Esse excesso de espelho é um símbolo ético também, de certa forma de egonarcisismo, que veio sobre nós.


Nós os levamos também a um lugar magnífico, o Mercado Municipal, na área central. Aquilo é uma espécie de entreposto comercial, imenso, projetado por Ramos de Azevedo, grande arquiteto que fez o Teatro Municipal e a Faculdade de Saúde Pública. E no Mercado Municipal é comida para todo lado. Eles deram dois passos e ficaram pasmos. Pilhas de alface, de tomates, de cenoura, de laranja. Ficaram com o olhar talvez como o nosso olhar ficaria se entrássemos no cofre de um banco. Em certo momento, um deles viu uma coisa que nenhum e nenhuma de nós veria. Ele cutucou e perguntou: "O que ele está fazendo?" E apontou no chão um menino negro, pobre (a gente sabia que era pobre por causa da roupa, ele não saberia) pegando alface pisada, tomate estragado, batata já moída e colocando num saquinho. Nenhum e nenhuma de nós veria aquilo, pois para nós era normal. Normal? Cuidado com o conceito de normal.
Nós falamos: "Ué, ele está pegando comida". O cacique não disse mais nada. Ele continuou andando conosco, mas não prestou atenção em mais nada. Depois de uns 15 minutos, ele falou:

- Eu não entendi. Por que ele está pegando essa comida estragada aqui no chão, se tem essa pilha de comida boa?

- É que para pegar comida dessa pilha aqui precisa de dinheiro.

- E ele não tem dinheiro?

- Não tem.

- Por que não tem dinheiro? - indagava o cacique.

No que ele está cutucando? Na nossa base ética, no nosso valor de vida. A gente acha que criança com fome, mesmo diante de uma pilha de comida boa, pode comer comida estragada. Porque a vida é assim. É normal.

- Ele não tem dinheiro porque ele é criança.

- E o pai dele tem?

- Não, o pai dele não tem.

- Não entendi. Por que você, que é grande, tam e o pai dele, que é grande, não tem? De qual pilha você come, dessa daqui ou a do chão?

- Dessa daqui.

- Por quê?

A única resposta possível para o cacique naquele momento foi a resposta que algumas pessoas que já desistiram dão: "Sabe o que é? É que aqui é assim"...

Os dois índios, diante da resposta, falaram uma coisa de que eu nunca mais esqueci. "Vamos embora." Não é que eles pediram para ir embora do mercado, eles pediram para ir embora de São Paulo. Veja como eles são "selvagens".
Eles não conseguiram compreender essa coisa tão óbvia: que uma criança faminta, diante de uma pilha de comida boa, pega comida podre. Eles não são "civilizados". Sabe como ele passaria batido e nem repararia na cena? Se ele tivesse ido a algumas de nossas escolas, se ele tivesse assistido alguns de nossos meios de comunicação. Aí ele ia achar aquela cena normal.
Neste instante, é bom lembrar que é necessário cuidar da ética porque senão anestesiamos a nossa consciência e começamos a achar tudo normal.


Vou contar uma coisa que você que é jovem pode não acreditar. Quando eu me mudei para São Paulo, há 37 anos, a gente saía da escola, do trabalho, do bar, andava às 11h da noite sozinho para casa, ouvia passos de outra pessoa e sentia alegria. "Graças a Deus, vem vindo outra pessoa." Sabe do que a gente tinha medo? De defunto. A gente passava longe do muro do cemitério, da parte de trás da igreja. Hoje, você sai às 11h da noite de casa, da escola, do trabalho, da igreja, ouve passos de outra pessoa e teme: "Meu Deus do céu, vem vindo outra pessoa".

O que aconteceu? Será que nos distraímos em algum momento e a nossa ética não é a da convivência, mas é a do outro como inimigo? "Ah, mas aqui é assim." Violência? "Aqui é assim. Eu já fui assaltado e agora tenho duas bolsas, uma do ladrão e uma minha. A minha fica debaixo do banco. Eu uso carro blindado."

Claro. Nós vamos criando meios de nos acostumarmos ao normal.

“Normal?"

Texto de Mario Sergio Cortella, em seu livro "Qual é a Tua Obra?"

terça-feira, 4 de maio de 2010

Os Pecados Capitais e as Virtudes Essenciais dos Educadores


No curso de Formação Complementar para Professoras da Educação Infantil discutimos sobre a Afetividade em sala de aula e sobre os pecados e virtudes dos educadores nesse sentido. Confiram a nossa construção:

Os Sete Pecados Capitais dos Educadores (segundo Augusto Cury):
1. Corrigir Publicamente - Um educador jamais deveria expor o defeito de uma pessoa, por pior que ele seja, diante dos outros. A exposição pública produz humilhação e traumas complexos, difíceis de serem superados.
2. Expressar autoridade com agressividade - O diálogo é uma ferramenta educacional insubstituível. Deve haver autoridade na relação pai-filho e professor-aluno, mas a verdadeira autoridade é conquistada com inteligência e amor.
3. Ser excessivamente crítico e obstruir a infância da criança - Os fracos condenam, os fortes compreendem; os fracos julgam, os fortes perdoam. Mas não é possível ser forte sem perceber nossas limitações.
4.Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações - Nos momentos de ira, a emoção tensa bloqueia os campos da memória.Perdemos a racionalidade. Pare! Espere a temperatura da sua emoção baixar. Para educar, use primeiro o silêncio e depois as idéias.
5. Ser impaciente e desistir de educar - Pais brilhantes e professores fascinantes não desistem dos jovens e das crianças, ainda que eles os decepcionem e não lhes dêem retorno imediato. Paciência é o seu segredo, a educação do afeto é a sua meta.
6. Não cumprir com a palavra - As relações sociais são um contrato assinado no palco da vida. Não o quebre. Não dissimule suas reações. Seja honesto com os jovens e crianças. Não cometa esta falha capital. Cumpra o que prometer.
7. Destruir a esperança e os sonhos - Sem esperança não há estrada, sem sonhos não há motivação para caminhar. O mundo pode desabar sobre uma pessoa, ela pode ter perdido tudo na vida, mas, se tem esperança e sonhos, ela tem brilho nos olhos e alegria na alma.

As Seis Virtudes Essenciais dos Educadores (segundo as professoras)
1. Amor - Tem que estar presente em todos os dias e em todos os momentos! Através do amor é que se supera todas as nossas limitações, realizando um belo trabalho. Educando com Amor! Com o amor temos paciência, compreensão, autoestima e respeito.
2.Criatividade - Porque ser criativo? Para saber lidar com qualquer situação que venhamos a enfrentar. Por exemplo, ao prepararmos um plano de aula chegamos em sala e vemos que não dá para falar sobre esse tema e de uma hora para outra, desenvolvemos uma atividade determinada para a ocasião devida. O educador deve ser criativo usando o improviso, aproveitando do ambiente em que ele está inserido no momento.
3. Esperança - Esperança do compromisso dos pais; da paciência nos relacionamentos dos profissionais da educação; de uma sociedade justa e comprometida com uma educação de qualidade; de que a educação seja mais atraente que a mídia.
4.Liderança - Com a boa liderança ele vai saber estimular o aluno no seu bom desenvolvimento, incluindo autoestima motivando o crescimento individual e em grupo.
5. Paciência - Respeitando o tempo de cada criança e na hora de estabelecer limites e disciplina.
6. Perseverança - Explicar muitas vezes até mudar a maneira de ensinar para o aluno que tem mais dificuldade. O bom aluno, o que tem facilidade para aprender, não precisa do professor, aprende sozinho. O aluno que tem mais dificuldade necessita do acompanhamento do professor.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reverância ao Destino - Carlos Drummond de Andrade




“...Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
...
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.
...
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
...
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Ou querer entender a resposta...”

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pais Educadores

* Estimulam os filhos a se afirmarem;
* Expressam sua opinião com firmeza;
* Mostram abertura para discutir regras estabelecidas, quando os argumentos do filho são convincentes;
* Estabelecem limites claros em ambiente protetor e educativo; orientam, mas controlam;
* Recorrem ao castigo quando é preciso resguardar a segurança;
* Explicam o que fazem e permitem a participação dos filhos nas decisões importantes;
* Elogiam a competência e valorizam o esforço;
* Fazem das emoções negativas uma oportunidade para a intimidade, não mostrando impaciência nestas situações;
* Respeitam os sentimentos da criança, explorando causas das emoções, escutando de forma empática;
Ajudam a encontrar palavras para nomear as emoções;
* Impõem limites e ensinam a regular a emoção;
* São persistentes, determinados e seu comportamento é, na maioria das vezes, previsível.
* Cumprem o que prometem;
* São carinhosos e expressam afeto com facilidade.

O que acontece com filhos de pais educadores?

Mostram-se mais preparados para suportar crises e problemas, conseguem acalmar-se e sair da angústia.
Autoconfiantes, imaginativos, adaptáveis, apresentando maior auto confiança e auto-conhecimento.
Empáticos e capazes de ler as emoções do outro. Têm equilíbrio para lidar com sentimentos aflitivos.
Apresentam maior competência interpessoal, pensamento realista, comportamento ético e capacidade para solucionar problemas. Mantém o otimismo e a capacidade de motivar a si mesmo.
Perseveram, apesar das frustrações. São criativos, confiantes e benquisto. Discutem regras, mas são adaptáveis. São bem-sucedidos e competentes em relação às vicissitudes da vida.

Pais Permissivos

* São acolhedores e procuram atender aos impulsos e desejos dos filhos;
* Costumam deixar que os filhos façam o que querem;
* São Passivos diante da desobediência;
* Não fazem exigências, acreditando que o filho deve se desenvolver de acordo com as suas inclinações naturais;
* Aceitam todas as formas de expressão de raiva do filho;
* Deixam o filho fazer o que quer, não impõem limites;
* São pouco exigentes quanto às responsabilidades domésticas dos filhos.

O que acontece com os filhos de pais permissivos?

Algumas crianças mostram-se egoístas, individualistas, apresentando dificuldades em desenvolver amizades. Outras ficam despreparadas para o futuro e não aprendem como regular as emoções. Se irritadas, demoram a sair deste estado, podendo comportar-se de forma descontrolada e ofensiva. Na escola não aceitam limites, agridem os colegas, quebram objetos e regras.

Pais Protetores

* Fogem das emoções negativas, acreditando que são prejudiciais;
* Acreditam que dar à atenção pode resultar em descontrole;
* Evitam abordagem dos problemas;
* Não sabem como lidar com os próprios sentimentos, desmerecendo o valor do acontecimento que gerou à emoção;
* Protegem os filhos da emoção negativa, sem ensinar , formas de resolver as dificuldades;
* Deixam os filhos aos cuidados de terceiros, sem acompanhar o seu comportamento;
* Lidam ingenuamente com a criança, que chora.

O que acontece com os filhos de pais protetores?

Alguns aprendem que os sentimentos são errados, impróprios e inadequados; que algo errado passa-se com ele, pelo que sente. Outros mostram dificuldades de entrar em contato com as emoções. São frágeis, confusos com relação aos sentimentos, não sabem lidar com críticas, submetem-se à pressão dos colegas.

Estilos de Pais e suas Consequências na Formação do Filho

Vamos discutir um pouco sobre os diversos estilos de pais e quais as consequencias na formação dos filhos.

PAIS CONTROLADORES
. Julgam o Comportamento do filho antes de esclarecer os fatos;
. Estabelecem regras rígidas e exigem que sejam obedecidas;
. Usam de medidas punitivas severas quando confrontados;
. Priorizam ordem e controle;
. Repreendem e castigam os filhos quando manifestam raiva, medo ou tristeza;
. Não mostram empatia, banalizam as emoções do filho;

O que acontece com os filhos de pais controladores?

Tornam-se amedrontados, retraídos, com baixa estima e dificuldades de confiar. Aprendem que sentimentos são errados, engolem a raiva, não conseguem regular e equilibrar as emoções. Na escola alguns costumam comportar-se agressivamente, são indisciplinados, para compensar os severos limites colocados pelas pais. Outros mostram timidez excessiva, são envergonhados e pouco assertivos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Afetividade


A maioria das doenças que as pessoas tem, são poemas presos.
Abcessos, tumores, nódulos, pedras, são palavras calcificadas, poemas sem vasão.
Pessoas as vezes adoecem de gostar de palavra presa. Palavra boa é palavra líquida escorrendo em estado de lágrima.
Lágrima é dor derretida. Dor endurecida é tumor.
Lágrima é alegria derretida. Alegria endurecida é tumor.
Lágrima é raiva derretida. Alegria endurecida é tumor.
Lágrima é pessoa derretida. Pessoa endurecida é tumor.
Tempo endurecido é tumor. Tempo derretido é poema.
Palavra lágrima é melhor. Palavra é melhor. É melhor poema.