domingo, 3 de maio de 2015

Saudosismo

Tantas poesias, canções, toadas, suspiros, ais, em volta do passado. Isso me remete a como gostamos de nos projetar àquilo que vivemos um dia. Como somos apegados, arraigados ao que já foi! A expressão "ah, mas na minha época, as coisas eram diferentes", nos leva a uma concepção coletiva de supervalorização do passado, mesmo que esse tenha sido, na realidade, pouco favorável. Sentimos saudade da dificuldade, da tristeza, das pessoas que mais nos feriram, das situações que nos colocaram pra baixo. Sabemos que os momentos de alegria são pouco lembrados, mas guardamos os momentos de dor em uma caixinha aveludada em cima de nossa penteadeira, para que possamos relembrá-los todos os dias. Mais do que apenas nos remetermos mentalmente ao passado, temos impregnado em nós as impressões, sentimentos, cheiros e sensações dos acontecimentos vividos. Certas coisas que vivemos há dez, vinte, trinta anos atrás parecem que aconteceram no momento presente, tamanha a nossa memória do fato. E assim, passamos décadas presos a traumas e ressentimentos não processados pela nossa incapacidade (ou falta de vontade) de nos libertarmos do passado.

Da mesma essência das coisas

A sua ignorância e falta de vontade de crescer compõem a essência dos mandos, desmandos, arbitrariedade e corrupção de quem acha que pode decidir por você. A sua raiva sobre alguém que é diferente de você compõe a essência da violência que presenciamos todos os dias nos mais variados âmbitos sociais. A sua crença limitante, a sua baixa autoestima e o senso comum arraigado em você, compõem a essência da falta de perspectivas, retrocessos, abusos e negligência. Você cria e recria através do que pensa e sente. Você é a essência das coisas. Não há nada no mundo que seja criado fora de você.