sábado, 15 de agosto de 2009

O autoconhecimento na formação crítico-reflexiva

Este é o título de um trabalho apresentado no Congresso Regional de Educadores que aconteceu nesse mês de agosto aqui em Uberaba. Este material foi elaborado por mim e a amiga e colega de trabalho Karina Helena da Cruz e é fruto de reflexões e experiências com grupos de crianças, jovens e adultos, os quais foi ressaltado e evidenciado a importância do "olhar-se pra dentro" na construção da reflexão crítico-reflexiva.

Segue o resumo de nosso trabalho publicado nos anais do congresso.

Vivemos em um mundo caótico, onde a maioria das pessoas se comportam de forma desordenada, acarretando dessa maneira, um desequilíbrio físico e mental de si próprios, refletindo de forma negativa na sociedade. Esse mundo nos clama o conhecimento da vida, da morte, dos processos mentais, biológicos e psicológicos que são inerentes à existência humana. Segundo Rajneesh (s/ano) a humanidade se encontra “dormida”, no sentido de que vivemos inconscientemente. Não possuímos o domínio sobre nossos pensamentos e ações, pois vivemos em um processo de alienação como já nos dizia Paulo Freire(1997). A inconsciência é fruto do pensamento acrítico, da falta de construção da postura cidadã e reflexiva. Nesse sentido, vários filósofos e demais estudiosos como Sócrates, Aristóteles, Platão e Nietzche, disseram da importância do autoconhecimento na busca do equilíbrio, da saúde integral do sujeito e da conquista da felicidade. O autoconhecimento é a busca do que somos e o que nos faz ser o que somos, é fruto de constante reflexão e consciência do sujeito, gerando dessa forma, um conhecimento profundo das formas de ser e pensar a existência. O ser humano é constituído de valores e crenças e essas são estruturas importantes que estabelecem o nosso estado mental e, portanto, nossos comportamentos (CERQUEIRA FILHO,2005). É importante salientar que essas estruturas podem potencializar ou limitar a nossa capacidade, sendo necessário que pais e educadores estejam atentos na forma como conduzem o processo educativo da criança, pois é primordialmente nessa fase em que é desenvolvido a maioria dos valores e crenças. O objetivo deste trabalho é pensar a importância do autoconhecimento no processo educativo não somente das crianças, mas também dos jovens, adultos e até na formação de professores. Partindo do pressuposto de que a natureza do processo educativo é essencialmente as relações humanas, esta também é fator de fracasso ou sucesso na formação intelectual, ética e cidadã do sujeito, e, portanto, a saúde destas relações é substancial. O trabalho rumo ao autoconhecimento, utilizando metodologias que permitam a vivência dessa formação crítica e reflexiva ( a consciência, o autodomínio, a autoresponsabilidade) é prerrogativa na construção de um processo educativo que intente a transformação dos sujeitos e da sociedade. Olhar para o ser, em sua integralidade, contradições, incompletude e dinamicidade, é condição sine que non na formação de sujeitos críticos e também na transgressão dos processos de ensino-aprendizagem. Esse é um estudo que realizamos mediante observação do desenvolvimento dos sujeitos (crianças, jovens e adultos) em grupos informais de trabalho e estudo sobre as questões humanas. É observado que o processo de autoconhecimento leva esses sujeitos a modificarem suas maneiras de pensar a existência e se comportarem cotidianamente. O maior ganho constatado é o desenvolvimento progressivo do autoamor e autodomínio e essas habilidades conquistadas no percurso, vêm a reafirmar a atuação cidadã e crítica desses sujeitos.
Palavras-chave: autoconhecimento; consciência; educação; cidadania

Um comentário:

João Cruz Araujo Neto disse...

Parabéns pelo Blog, realmente muito oportuno em um momento de tantas incertezas e impasses na educação. Abraços.