terça-feira, 20 de março de 2012

Mistério no Exterior, Poesia no Interior

Uma pessoa deve entender o Ah! das coisas e então tudo é compreendido.

Dizem que a filosofia começa com o maravilhar-se. Talvez. Mas a filosofia sempre tenta destruir a maravilha - ela quer matar sua mãe. Todo o esforço da filosofia é desmistificar a existência.

Quanto mais você acha que sabe, menos você tem respeito, maravilha, reverência, amor. A existência então parece estar no passado, sem relevo; não há mais nenhum mistério nela.

E é claro que, quando não houver nenhum mistério no exterior, não há nenhuma poesia no interior. Eles andam juntos, são paralelos: mistério no exterior, poesia no interior.

A poesia só pode surgir se a vida permanecer merecendo ser explorada. No momento que você sabe, a poesia morre; o ato de conhecer é a morte de tudo aquilo que é bonito em você.

E, com a morte da poesia, você vive uma vida que não vale a pena ser vivida - não pode ter significação, não pode ter nenhuma celebração. Não pode florescer, não pode dançar; você só pode se arrastar.

Então, talvez aqueles que dizem que a filosofia começa com o maravilhar-se estejam certos, mas eu gostaria de acrescentar mais uma coisa: ela tenta matar sua mãe.

A religião nasce com o maravilhar-se, vive com o maravilhar-se. A religião inicia com o maravilhar-se e termina com mais maravilhar-se. Essa é a diferença entre a filosofia e a religião - ambas podem ter o seu começo com o maravilhar-se, mas depois elas pegam caminhos separados.

A religião começa procurando compreender os mistérios e descobre que esses mistérios vão se aprofundando. Quanto mais você sabe, menos sabe, e o resultado do saber é a ignorância.

Você fica totalmente ignorante, não sabe absolutamente nada. Um estado de inocência é alcançado. Nesse estado de inocência, a poesia atinge sua perfeição. Essa poesia é a religião.



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