sábado, 29 de setembro de 2012

Pierre Bourdieu: A escola enquanto perpetuadora da desigualdade social

Pierre Bourdieu enuncia que a escola não é uma instituição neutra e o desempenho escolar não depende exclusivamente das características individuais do aluno, mas, sobretudo da origem social e da realidade destes. Bourdieu nos fala que os alunos não são sujeitos que competem no sistema educacional de forma igualitária, mas são sim, seres constituídos socialmente e compostos de bagagem social e cultural que é em certa medida mais ou menos adequada à cultura escolar. Assim, sua origem e condição sócio-cultural é fator de sucesso ou de fracasso frente às exigências educacionais. Ao questionar a neutralidade da escola, Bourdieu afirma que os valores e conteúdos cobrados na escola representam os interesses e posturas das classes dominantes, que são dissimuladamente tratados como cultura universal. Assim, a escola legitima os processos de desigualdade social na definição de seu currículo, das metodologias de ensino e maneiras de avaliar, ao passo que relaciona as diferenças acadêmicas e cognitivas com as características e méritos individuais do sujeito. Para Bourdieu os sujeitos são socialmente constituídos, sendo que a ação das estruturas sociais sobre as posturas dos indivíduos dá-se num movimento de dentro para fora, entendendo-se assim, que a estrutura social conduz a formação individual.

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